Bielorrússia e a Guerra Moderna
Como a migração de pessoas está sendo usada como arma pelo regime de Lukashenko
A Bielorrúsia é um país localizado na Europa Oriental que desde 1994 é controlada por Alexander Lukashenko. O ditador, e consequentemente o país, ganharam atenção da mídia e de boa parte do Ocidente recentemente com a política de enfrentamento ao Covid-19 que praticamente consistiu em não fazer nada. Além disso, em maio deste ano, Lukashenko ordenou que voo de crítico do governo, que sobrevoava o país em direção à Lituânia, aterrissar em seu país, gerando uma crise com a União Europeia.
Entretanto, o que tem chamado a atenção recentemente é a nova tática de guerra do regime. Segundo autoridades Bálticas, a ideia é oferecer a imigrantes do Iraque, Síria ou de diversos outros países africanos um pacote que inclui a passagem até a Lituânia. Até então, mais de quatro mil imigrantes chegaram ao país, só neste ano, mais de 50 vezes o número do ano passado.
“Não vamos mais impedir nenhum imigrante de seguir seu caminho pela Belarus. Afinal, estão indo para uma Europa iluminada, calorosa e aconchegante”, disse o ditador.
A ideia não é simplesmente buscar e levar pessoas de um país até o outro, ou nem mesmo abrir todas as fronteiras, mas sim facilitar, e muito, os pedidos de visto feitos por imigrantes dos países supracitados, e consequentemente jogar o “problema” pros países europeus vizinhos, criando um conflito diplomático. Lukashenko, que já demonstrou diversas vezes não ter empatia ou qualquer senso de diplomacia, tenta, de qualquer maneira, atacar os outros países do bloco europeu.
Além de ser algo extremamente grosseiro e que fere gravemente os Direitos Humanos das pessoas envolvidas, ainda é uma tática de guerra no mínimo injusta, pois os “atacados” não podem simplesmente contra-atacar, e, em contrapartida, aqueles que simplesmente buscam uma vida mais digna em outro país são tratados como brinquedos, armas e objetos pelo regime autoritário, e não têm o que fazer.
A solução encontrada até agora tem sido construir cercas e enviar tropas para patrulhar as fronteiras, evitando com que as pessoas entrem nos países desejados, além de, naturalmente, negar os pedidos de vistos. Parece ser a melhor ideia até o momento, além de evitar um conflito armado que deixaria ainda mais vítimas.
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