Como os estúdios protegem seus filmes e porque não há pirataria diretamente dos cinemas?
Você já parou para pensar que assim que um filme é lançado no cinema as versões disponíveis em sites alternativos são apenas aquelas filmadas por uma câmera diretamente da tela de exibição?
Por que um funcionário de um dos centenas de milhares de cinemas ao redor no mundo não apenas copia o arquivo no HD e faz o upload para a internet?
Primeiramente precisamos entender como os filmes saem das produtoras e chegam aos cinemas. Há um bom tempo que o arquivo contendo um filme é enviado em um HD (hard drive) e não em papel filme, por tanto, é preciso que haja uma segurança reforçada para evitar a pirataria ou exibição não autorizada da obra cinematográfica.
Atualmente, os filmes são enviados dentro de um HD conhecido como Digital Cinema Package, que inclui o áudio, a imagem e a transmissão de dados daquela obra. Para que estes arquivos não sejam acessados por qualquer um, os estúdios utilizam a criptografia conhecida como AES (Advanced Encryption Standard). Para se ter uma ideia, a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), autoriza este método criptográfico para proteger informações classificadas. Assim como qualquer algoritmo, o AES pode ser eventualmente quebrado, porém isto ainda não ocorreu e as chances são mínimas, algo como a população inteira do planeta Terra, com 10 computadores cada, e cada um destes computadores podendo testar 1 bilhão de combinações de senha diferentes por segundo, ainda levaria 7,7x10²⁵ anos.
Sabendo disso, não há qualquer chance de alguém se arriscar a copiar os arquivos se o acesso a eles será praticamente impossível. As produtoras liberam o acesso exatamente a aquele cinema, para ser exibido em horários predeterminados e por um número de vezes já definido. É por isso, dentre outros motivos, que os filmes saem de cartaz em momentos distintos dependendo do cinema, pois o contrato já foi estipulado, ainda que este possa ser renovado e adaptado às necessidades do local.
Os filmes são enviados para os cinemas com uma certa antecedência, mas as chaves para sua liberação chegam entre 36 e 48 horas antes da primeira exibição programada e são salvas em um servidor local. Poucos minutos antes da sessão iniciar, então, o sistema do cinema se conecta ao servidor onde estão as chaves e libera a exibição do filme pela duração prevista. Qualquer tentativa de invasão a este servidor (leia-se projetor ou servidor de mídia) automaticamente o desabilitará e avisará a produtora. O servidor, também, sempre notificará a distribuidora quando uma de suas chaves vencer ou estiver sendo utilizada fora do acordado entre as empresas. Por fim, qualquer tentativa de conectar um dispositivo que filme o que está sendo exibido diretamente no projetor ativará uma marca d’água, sendo possível identificar exatamente onde e quando aquele projetor foi violado.
É possível também que as produtoras incluam metadados nos filmes para que possam descobrir com extrema precisão de onde um filme tenha sido eventualmente vazado ou impropriamente exibido.
Por fim, nota-se a enorme dificuldade que qualquer um teria para sequer tentar piratear um filme que chega aos cinemas. Além disso, como o acesso a estes arquivos é bem restrito, a chance de ser identificado e pagar por isso é muito grande, então não vale o esforço de nenhum funcionário de cinema. A menos que essa segurança seja relaxada, o que não tem motivo nenhum para acontecer, teremos que continuar esperando uns bons meses para assistir os filmes em qualidade alta em casa.
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Interessantíssimo!
Otimo!!!